Tocando Agora: ...

QUANDO O AMOR À CAMISA PERDE PARA OS INTERESSES DE BASTIDORES.

Publicada em: 10/06/2025 20:57 - ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Houve um tempo em que a Seleção Brasileira era sinônimo de orgulho, paixão e identidade nacional. Era o time do povo, dos craques inesquecíveis, da camisa amarela que unia o país em torno de um só sonho. Hoje, no entanto, o que se vê é uma equipe que, aos poucos, foi sendo sequestrada por interesses que nada têm a ver com o futebol jogado dentro das quatro linhas. A Seleção Brasileira, para muitos, deixou de ser do Brasil — e virou a Seleção da CBF.
Os fatos recentes reforçam essa percepção. Jornalistas da ESPN foram afastados após criticarem a Confederação Brasileira de Futebol. O que deveria ser liberdade de imprensa vira censura disfarçada — um sinal claro de que há algo a esconder. E há.
Segundo a Revista Piaui, o presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, foi acusado de fraudar sua primeira eleição e, posteriormente, gastou R$ 6 milhões em honorários advocatícios para tentar sustentar sua permanência no cargo através de uma manobra no STF. O caso tem uma peculiaridade incômoda: foi julgado por Gilmar Mendes, ministro com ligações comerciais conhecidas com a própria CBF. A parcialidade salta aos olhos.
Como se não bastasse, antes de sua reeleição, Ednaldo dobrou os salários dos presidentes das federações estaduais — os mesmos que votariam em sua continuidade. Um ato que soa menos como gestão e mais como barganha.
No campo, o reflexo de tudo isso se materializa. Na derrota para a Argentina, nove jogadores convocados pertencem ao mesmo empresário. A convocação, nesse cenário, deixa de ser prêmio por mérito e vira estratégia de valorização de mercado. Jogadores são chamados não por serem os melhores, mas por interesses escusos. A camisa da Seleção virou vitrine de negócios.
A pergunta que fica é: de quem é a Seleção hoje? Certamente, não do povo. A CBF, hoje, parece uma instituição à parte do futebol brasileiro, com seus próprios interesses, distante da paixão da torcida, alheia à ética, impermeável à crítica.
É preciso resgatar o que a Seleção tem de mais valioso: sua ligação com o povo brasileiro. E isso só será possível quando a transparência, a justiça e o mérito voltarem a ser as bases que sustentam o futebol nacional.
Texto: A. A. Vilar - O andarilho das palavras.
Baixe o nosso App: www.radioturmalina.com.br e acompanhe a nossa resenha esportiva, de segunda à sexta as 12h30.
Compartilhe: